Amazônia: valores e desafios de uma floresta que precisa ficar de pé

04/09/24 | Dinamização de Comunidades e Territórios

 Imagine uma floresta tão vasta e rica que sua preservação não é apenas crucial para um país, mas para todo o planeta? A Amazônia, com sua imensa biodiversidade, representa exatamente isso. 

No entanto, essa riqueza está sob constante ameaça e os desafios para mantê-la de pé são enormes! É fundamental entender seu valor e os perigos que a cercam para proteger esta que pode ser uma das mais fortes aliadas no combate às mudanças  climáticas! 

Venha com a gente comemorar com muito saber, o dia 05 de setembro, dia da Amazônia! 

Biodiversidade da Amazônia

A Amazônia é o lar de uma biodiversidade incomparável, abrigando cerca de 7% da superfície total do planeta e aproximadamente  50% de todas as espécies conhecidas no mundo. Das catalogadas, são em torno de  40 mil espécies de plantas e cerca de 30 milhões de espécies animais.

Suas florestas densas e úmidas são habitat para milhares de espécies de plantas, animais e micro-organismos, muitos dos quais ainda não foram catalogados pela ciência. Essa biodiversidade é vital não só para a saúde dos ecossistemas locais, mas também para o equilíbrio ambiental global. A preservação dessa variedade de vida é essencial para a sustentabilidade do planeta.

Recursos hídricos 

De acordo com o relatório da ONU (2022), o uso global de água tem aumentado 1% ao ano, nos últimos 40 anos. A previsão é de que essa tendência continue até 2050. Esse crescimento constante agrava a crise hídrica e torna  a escassez de água uma realidade, infelizmente, cada vez mais comum. 

Tal cenário é resultado não apenas do estresse hídrico, mas também da crescente e acelerada poluição dos recursos de água doce, que, em conjunto, transformam a escassez de água em um problema endêmico em diversas regiões do mundo.

O sistema fluvial amazônico é o maior do mundo, abrangendo 7.000.000 km2 de área de captação, responsável por 15% da água doce mundial. Seus rios e afluentes, como o poderoso Rio Amazonas, desempenham um papel primordial  na regulação do ciclo da água, uma vez que influenciam padrões climáticos e fornecem  recursos hídricos indispensáveis  para milhões de pessoas. A proteção dessas reservas é a base para a sobrevivência de ecossistemas inteiros e para a segurança hídrica global.

A Amazônia e os povos originários 

Com uma cultura rica e milenar, os povos originários têm vivido em harmonia com a natureza, utilizam  os recursos de maneira sustentável e respeitam  o equilíbrio ecológico. Esses grupos possuem um conhecimento profundo sobre a floresta, que é imprescindível para sua preservação. 

O Brasil tem 1,7 milhão de indígenas e mais da metade vive na chamada Amazônia legal. Segundo o IBGE 2022, houve um crescimento de 88,82% desde o último Censo Demográfico, em 2010. Contudo, os povos originários enfrentam desafios constantes, como a invasão de terras e a degradação ambiental, que ameaçam sua sobrevivência e modo de vida.

Os graves perigos por trás das queimadas, desmatamentos e garimpos

Apesar do desmatamento na Amazônia ter tido redução de 21,8% em 2024, o quadro ainda é grave. O desmatamento no Brasil desde 2000 atingiu uma área maior do que a da Espanha. Só na Amazônia são 269,8 mil km² de área desmatada.

Além disso, a revista Nature Ecology & Evolution revelou tendências contrastantes na Amazônia brasileira: ao mesmo tempo em que há  uma diminuição nas taxas de desmatamento, aumentaram  os números de incêndios não controlados.

A Amazônia possui mais de 4 mil garimpos ilegais, mostra o estudo da OTCA. Dados  do MapBiomas afirmam que 77% das áreas de garimpo na Amazônia brasileira residem a menos de 500 metros de algum corpo d’água, um grave risco a seres humanos e a todas as espécies que habitam seu lugar nativo.

O desmatamento e o garimpo ilegal são duas das maiores ameaças à Amazônia. A destruição indiscriminada da floresta para a criação de pastagens, plantações e a extração de madeira, aliada à exploração ilegal de minérios, tem causado danos irreparáveis ao ecossistema. 

Essas atividades não só devastam a biodiversidade da Amazônia, mas também desestruturam as comunidades locais e contribuem significativamente para o aquecimento global. Precisamos urgentemente repensar nossos modelos sociais de consumo e produção.

Mudanças Climáticas 

A destruição da floresta amazônica atua como um catalisador de crises climáticas ao perturbar o equilíbrio dos ecossistemas e a dinâmica atmosférica. A derrubada de florestas, por exemplo, libera grandes quantidades de dióxido de carbono, agrava o efeito estufa e acelera as mudanças climáticas. O garimpo, por sua vez, degrada o solo e contamina corpos d’água com substâncias tóxicas. Já as queimadas, muito frequentemente utilizadas para abrir espaço para atividades agropecuárias, destroem a vegetação nativa, eliminam habitats de inúmeras espécies e contribuem para o aquecimento global.

A  seca na Amazônia em 2023 também exemplifica o impacto das mudanças climáticas, já que foi consequência das diferentes formas de destruição das florestas. Cria-se então um ciclo tenebroso: destruir florestas potencializam as crises climáticas e estas crises corroboram com a destruição  dos ciclos naturais das próprias florestas.

A preservação da Amazônia é, portanto, essencial para mitigar os impactos do aquecimento global e dos efeitos das crises climáticas. Proteger a Amazônia  significa contribuir para a estabilidade climática mundial.

Floresta em pé: a riqueza de uma economia da floresta viva

A economia da floresta em pé propõe um modelo que equilibra o desenvolvimento econômico com a preservação das florestas, priorizando o uso consciente de seus recursos em vez de sua destruição. Essa abordagem sustentável visa garantir a saúde dos ecossistemas para as gerações presentes e futuras. 

Felipe Bannitz, CEO da Mandú Inovação Social, enfatiza a importância de desenvolver negócios sustentáveis que não só combatam as crises climáticas, mas também promovam a inclusão das comunidades locais, criando uma economia que beneficie a todos e fortaleça a floresta sem precisar derrubá-la. 

A bioeconomia, alinhada ao conceito de floresta em pé, coloca as comunidades no centro como fornecedoras de insumos sustentáveis, e a prática de “plantar floresta onde hoje são pastos” é fundamental para construir uma economia inclusiva e sustentável. Todo este quadro tende a gerar uma economia mais circular e combativa aos quadros relatados acima. 

A preservação da Amazônia é vital não apenas para proteger sua incomparável biodiversidade e os recursos hídricos, mas também para garantir a sobrevivência dos povos originários e ajudar a combater as crises climáticas globais. O desmatamento, o garimpo ilegal e as queimadas ameaçam destruir esse ecossistema insubstituível, com consequências devastadoras para o planeta. 

Portanto, a adoção de modelos econômicos sustentáveis como a economia da floresta em pé e a bioeconomia, é crucial para reverter esses danos, promover um desenvolvimento que respeite a natureza e as comunidades locais e assegurar um futuro sustentável para todos.

Venha com a gente e descubra mais sobre os caminhos para uma floresta em pé!

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