Investimento social privado? A sustentabilidade e a responsabilidade social corporativa (RSC) são fundamentais para as empresas que buscam integrar suas operações com o desenvolvimento sustentável.
Neste artigo, exploraremos e compararemos 5 conceitos chave para colocar a RSC em prática: Estratégia de Valor Compartilhado, Desenvolvimento de Fornecedores, Investimento Social Privado, Licenciamento Ambiental e Licença Social para Operar.
Cada um desses conceitos será detalhado e ilustraremos, de forma prática e objetiva, onde cada estratégia se posiciona em termos de obrigatoriedade e impacto direto na empresa. Vem com a gente!
Por que adotar ações de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa?
As ações de RSC trazem benefícios significativos para as empresas e a sociedade. Essas práticas melhoram a imagem e a reputação da empresa, fortalecendo assim a confiança e lealdade entre consumidores, investidores e outras partes interessadas. Uma empresa vista como socialmente responsável e sustentável atrai clientes que valorizam esses princípios, se diferencia no mercado e aumenta potencialmente sua base de consumidores.
Mais ainda, práticas sustentáveis podem levar à inovação, maior eficiência operacional e melhorar a qualidade de produtos e serviços, o que confere uma vantagem competitiva à empresa.
Adotar práticas sustentáveis e de responsabilidade social ajuda a mitigar riscos e reduz custos a longo prazo. Investir em eficiência energética, gestão de resíduos e outras iniciativas ambientais, por exemplo, pode resultar em economias significativas e redução de passivos legais e regulatórios.
Essas ações contribuem para a criação de valor compartilhado, isto porque beneficiam tanto a sociedade quanto os negócios e promovem um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável.
Geração de valor compartilhado pela Mandú
A Mandú atua unindo o tripé Agenda privada, Governo e Sociedade Civil, na perspectiva da Geração de Valor Compartilhado.
Cinco abordagens de valor e impacto para investimento social privado
Veja abaixo 5 principais abordagens que propulsionam valor, impacto socioambiental, aproximação e fidelização de seus clientes.
1.Estratégia de Valor Compartilhado (GVC)
A Estratégia de Valor Compartilhado (GVC) é um conceito que busca reconectar o sucesso do negócio com o sucesso da comunidade. Michael Porter e Mark Kramer introduziram esse conceito, sugerindo que as empresas podem gerar valor econômico ao mesmo tempo em que abordam necessidades sociais e desafios ambientais.
Ao integrar práticas que beneficiam a organização, considerando o ambiente e a sociedade local, a GVC fortalece a reputação corporativa e contribui para um impacto positivo duradouro.
Para isso, a empresa deve alinhar suas operações com as necessidades e aspirações da comunidade, aproveitando suas próprias vocações e competências para conseguir gerar valor a partir do eixo dos próprios negócios.
A Águas Vumba é um ótimo exemplo. Essa empresa de água em Moçambique, enfrentava sérias ameaças à sua fonte de água devido ao desmatamento acelerado, queimadas, aumento de conflitos com comunidades, pressão por empregos, aumento da pobreza e contaminação das nascentes.
Para abordar esses desafios, a Mandú, junto com sua parceira local Kosmoz, adotou a filosofia de “transformar problemas em soluções” e aplicou os ensinamentos de Ernst Gotsch de que “água se planta”. Essa abordagem envolveu a implementação de sistemas agroflorestais e permacultura, promovendo a gestão sustentável das nascentes e a regeneração dos recursos hídricos na região.
Essas iniciativas criaram uma relação “ganha-ganha”, beneficiando todos os envolvidos, desde a empresa até as comunidades locais. A Águas Vumba passou a favorecer o desenvolvimento local e regional, posicionando-se como um parceiro de desenvolvimento. Como resultado, clientes, colaboradores e comunidades tornaram-se ativos no desenvolvimento da empresa, fortalecendo seu sucesso e sustentabilidade a longo prazo.
2.Desenvolvimento de Fornecedores
Para as empresas, alcançar o equilíbrio e a eficiência econômica é crucial para o sucesso financeiro e a competitividade a longo prazo. No entanto, essa eficiência não pode ser alcançada às custas do meio ambiente ou das comunidades onde a empresa opera.
As empresas devem buscar continuamente maneiras de otimizar suas operações para maximizar os lucros, ao mesmo tempo em que minimizem seu impacto ambiental e social. Práticas de produção sustentáveis, redução do desperdício, uso de energias renováveis e a implementação de políticas que promovam a equidade social e o bem-estar dos funcionários e das comunidades locais, são exemplos de como é possível colocar em prática.
Ao apoiar e colaborar com as comunidades locais, as empresas podem promover o desenvolvimento econômico sustentável, criar empregos, gerar oportunidades e construir relacionamentos sólidos com as comunidades onde operam, ao mesmo tempo em que demonstram um compromisso tangível com o desenvolvimento e a responsabilidade corporativa.
A Natura, por exemplo, com o programa Mecanismo Amazônia Viva, investe no desenvolvimento de fornecedores da sociobiodiversidade, promovendo práticas sustentáveis na cadeia de valor.
3.Investimento Social Privado
Investimentos em responsabilidade social corporativa e o fortalecimento comunitário são essenciais na construção e manutenção de um relacionamento positivo e sustentável com as comunidades onde as empresas operam.
O Investimento Social Privado em si é o formato mais clássico, no qual as empresas não têm obrigação de realizar investimentos sociais, mas o fazem por motivos diversos. Consiste em uma agenda positiva focada na melhoria da imagem corporativa, como uma estratégia de marketing social, ou com o objetivo de deixar um legado de desenvolvimento de um tema à escolha da empresa.
A exemplo estão os editais periódicos de empresas como Magazine Luiza, Fundação Volkswagen e Cargill. Alguns desses Editais indicam uma área de abrangência ligada a territórios de influência dessas empresas, já outros têm abrangência nacional, preferindo um recorte por temas como educação, gênero e raça.
Durante momentos de crises, esses investimentos são frequentemente os primeiros a serem cortados. Para garantir sua continuidade, é crucial que eles demonstrem valor direto para a empresa, fortaleçam sua imagem, melhorem o relacionamento nos territórios e se alinhem aos objetivos corporativos. Isso mostra que o investimento social não é apenas benéfico para a comunidade, mas também estratégico para a empresa.
Ao contribuir para o desenvolvimento local, melhorar a qualidade de vida e promover a geração de renda, as empresas conseguem estabelecer uma relação de confiança e apoio com as comunidades locais.
O Programa Reciclo da Vale é um ótimo exemplo. Ele fortalece organizações de coleta seletiva da Grande Vitória, como por exemplo a Rede Reunes. E para além de aprimorar a gestão de resíduos sólidos na região, o projeto fornece material PET para uma usina que se transformará em um supressor biodegradável para possível aplicação na cobertura de vagões, pilhas e vias. O objetivo desta iniciativa é evitar o arraste de material por ação do vento.
4.Licenciamento Ambiental
Empresas são frequentemente requeridas a destinar uma parte de seus recursos para iniciativas sociais que beneficiem a comunidade onde estão inseridas ou mitigar impactos negativos de suas operações. Esses investimentos quando regulados por leis ou acordos contratuais condicionantes, são conhecidos como projetos de licenciamento ambiental.
Vale lembrar que o Licenciamento Ambiental está diretamente ligado à operação principal da empresa, monitorado por órgãos reguladores como o Ibama e o Ministério Público. A FUNAI ou Fundação Palmares são envolvidos quando as ações impactam comunidades indígenas ou quilombolas, respectivamente. Entre diversos condicionantes do Licenciamento Ambiental, incluem-se o monitoramento de impactos ambientais, proteção de áreas sensíveis, medidas de compensação e mitigação, além de garantir o cumprimento de políticas de inclusão social e respeito aos direitos humanos. As empresas precisam assegurar que operam de forma responsável e sustentável, promovendo o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental e social.
O Programa de Apoio a Comunidades Tradicionais (PACT), da Vale, relacionado ao licenciamento da obra de duplicação da ferrovia EFC é um exemplo de investimento social obrigatório e inteligente que, sem dúvidas, além da obrigação, trouxe diferentes valores à empresa e necessários impactos sociais à comunidade e ao meio ambiente.
5.Licença Social para Operar (LSO)
A Licença Social para Operar (LSO) pode ser desdobrada em três níveis: indiferença, rejeição, hostilidade e conflito, como visto acima. O nível de indiferença pode ser considerado bastante instável, com forte tendência a se deslocar para melhor (aceitação), ou pior (rejeição), dependendo das ações da empresa e dos acontecimentos delas decorrentes.
Aqui o modelo proposto é de Capital Social, e a criação desse capital é um fator essencial para o trânsito entre os diferentes patamares da LSO. A estabilidade e a movimentação entre os níveis de concessão de uma LSO estão intimamente ligadas à capacidade da empresa de gerar e manter um forte Capital Social e, ao mesmo tempo, influenciar diretamente as percepções e atitudes de todos os envolvidos.
A Licença Social para Operar (LSO) não é um requisito obrigatório para muitas empresas, mas se faz necessário por colocar em risco a operação, por esse motivo vem se tornando essencial para determinados segmentos e pequenos empreendedores.
O objetivo da LSO é minimizar conflitos e ao garanti-la, a empresa pode continuar suas operações sem enfrentar embates que possam colocar em risco a continuidade de suas atividades. Em essência, o LSO busca estabelecer um relacionamento positivo e colaborativo entre a empresa e as comunidades locais, promovendo a sustentabilidade e a aceitação social das operações empresariais.
A Transparência e o engajamento comunitário gerados a partir da LSO são fundamentais para as empresas conseguirem desenvolver sistemas proativos de resposta às preocupações locais.
O Programa RRM nos ajuda a entender a partir de um caso prático: o programa RMM surgiu quando as antigas “bandequeiras” perderam sua fonte de renda devido à modernização do trem de passageiros, que passou a ter janelas fechadas, impossibilitando as vendas nos pontos de parada.
Diante desse desafio, que poderia ter resultado em protestos e interrupções do trem, foi criada em 2014, a Rede Mulheres do Maranhão, com uma licença social para operar. Hoje, essa iniciativa é um exemplo bem-sucedido de investimento social privado. Clique aqui e saiba mais. A possível crise foi mitigada, evitando protestos e interrupções no serviço e ainda gerou novas oportunidades de renda.
Esses exemplos mostram que através da Estratégia de Valor Compartilhado, Desenvolvimento de Fornecedores, Investimento Social Privado, Licenciamento Ambiental e Licença Social para Operar, as empresas podem integrar suas operações com práticas sustentáveis que beneficiam tanto a sociedade quanto o próprio negócio.
Veja o gráfico e entenda que ao aplicar esses conceitos, as empresas não só melhoram sua imagem e relacionamento com a comunidade, mas também asseguram seu sucesso a longo prazo:
O gráfico mostra uma evolução no posicionamento do investimento social privado, migrando da filantropia para a geração de valor compartilhado, no qual as ações geram benefícios tanto para a sociedade como para a empresa, o que pode permitir maiores investimentos internamente. Ou seja, a tendência é que as ações de impacto social se alinhem ao negócio.
Com base em seus quase 20 anos de experiência, com os maiores investidores sociais do Brasil, a Mandu é especializada em desenhar estratégias de Investimento Social Privado.
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