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Os drones parecem um brinquedo de controle remoto, mas nas mãos de adultos se tornam tecnologia de ponta, capazes de aumentar a viabilidade econômica de pequenos produtores rurais e reduzir impactos ambientais. Para que essa ferramenta possa fazer a diferença na vida de mais de 100 famílias que vivem do campo, o ISES e empresas de diferentes especialidades se uniram para desenvolver e implementar uma tecnologia de agricultura de precisão capaz de coletar e transmitir pelo celular informações de áreas de plantio em tempo real.

Na primeira fase do projeto os drones irão sobrevoar as lavouras e captar imagens das plantações. A partir desses dados, será elaborado um diagnóstico de avaliação para detectar a ocorrência de pragas, escassez hídricas, déficit de nutrientes e danos ambientais. Com essas informações será possível racionalizar o uso da água e de agroquímicos, fazer a correção do solo, criar estratégias de irrigação, minimizar os danos ambientais e aumentar a produtividade. “O objetivo desse projeto é criar uma ponte entre o mundo da tecnologia e as necessidades dos agricultores a fim de aumentar a viabilidade econômica deles e ajudá-los a reduzir os custos”, diz Felipe Bannitz, presidente do ISES.

O ISES é o gestor do projeto. Além de responder pela implementação da tecnologia, na segunda fase do projeto fará a mobilização e irá aplicar a metodologia de avaliação, monitorar a trajetória de melhoria dos indicadores e aplicar o questionário que irá avaliar o impacto social.  No entanto, um projeto dessa relevância precisa de uma rede de cooperação consistente e parceiros com alto nível de conhecimento e dedicação. Acompanha o ISES nessa empreitada a norte-americana Qualcomm, que atua como investidora, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), parceira técnica responsável pelo desenvolvimento da tecnologia, e a TIM, que irá oferecer a infraestrutura de telecomunicações.

A previsão para que os drones comecem a ser utilizados no campo é maio de 2017. Até lá o ISES vai escolher duas instituições para participar do projeto, possivelmente uma cooperativa de agricultores familiares do Paraná e um assentamento de reforma agrária no município de São Carlos (SP). “O que nós queremos é a construção da tecnologia como um instrumento de inovação social e engajamento de seres humanos”, afirma Bannitz.