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Entre os dias 23 e 27 de novembro, a cidade de São Paulo recebeu o Reverbere: primeiro Festival Latino Americano de Permacultura. Na ocasião, Felipe Bannitz, presidente do ISES, falou sobre Economia Comunitária e propôs uma reflexão sobre dinheiro, desenvolvimento local e impactos ambientais causados em decorrência de como ela é organizada atualmente.

Para tratar de assuntos referentes à Economia Comunitária, Bannitz explicou como funciona duas das principais ferramentas dessa modalidade de autogestão: a Permacultura e a Moeda Social. Você sabe como elas funcionam?

Os três pilares que foram a base da Permacultura são o cuidado com o Planeta Terra, com as pessoas e o compartilhamento de excedentes. Esses alicerces propiciam o sentimento de pertencimento aos indivíduos e os integra de forma orgânica à natureza e tudo o que ela pode oferecer. Um conceito simples, mas que muitas vezes parece inatingível em tempos nos quais o excesso de comodidades faz as pessoas se tornarem cada vez mais passivas.

A moeda social, por sua vez, surge na economia solidária como alternativa ao escambo e possui características próprias. É considerada um instrumento de desenvolvimento local, destinada a beneficiar o mercado de trabalho dos grupos que participam da economia da localidade. Seu uso é restrito e a sua circulação beneficia a redistribuição dos recursos na esfera da própria comunidade. O aumento da quantidade de moeda social corresponde a ampliação das transações realizadas pelos participantes da economia local, sempre observando o lastro (para cada moeda social uma moeda oficial do mesmo valor).

Diante de uma situação de crise econômica as pessoas sentem-se reféns dos reveses econômicos. A libertação deste cativeiro está em cada um que é parte da sociedade. A moeda social é uma das chaves para abrir as grades do aprisionamento ao capital.

Durante a participação do ISES no Reverbere, Bannitz mostrou exemplos de práticas que podem impactar no fortalecimento de economias locais em áreas pobres, tanto rurais quanto urbanas. Dentro do Festival o presidente do ISES propôs uma atividade onde os participantes criaram um mercado de troca solidária com moeda social. Cerca de 30 pessoas montaram barracas com produtos reaproveitados ou de produção própria.

Para Bannitz a presença do ISES no evento foi de grande importância para a difusão dos ideais do Instituto. “Foi uma oportunidade de contribuir para o processo pedagógico de sensibilização das pessoas, principalmente de perfil mais urbano, a se engajarem na construção de práticas humanas mais sustentáveis, principalmente práticas econômicas”, disse.

Felipe Bannitz também considera importante o festival ter sido realizado dentro de uma Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ), núcleo de referência da educação ambiental da Prefeitura de São Paulo. Ele espera que ao exercício da feira de trocas possa estimular que este equipamento público absorva a metodologia das moedas sociais e possa manter esta feira, realizando uma vez por mês como conteúdo programático.