A contribuição da agricultura familiar para o Brasil

24/07/24 | Dinamização de Comunidades e Territórios

A agricultura familiar é um alicerce para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Neste Dia dos(as) Agricultores(as) Familiares, celebrado em 25 de julho, reconheceremos a inestimável contribuição desses trabalhadores e trabalhadoras. Desde garantir a segurança alimentar, até preservar o meio ambiente, os agricultores(as) desempenham um papel crucial em nossa sociedade. 

Venha conhecer mais sobre a força da agricultura familiar!   

A agricultura familiar na Segurança Alimentar

A agricultura familiar desempenha um papel importante no combate à fome no Brasil e é imprescindível para a alimentação diária dos brasileiros. 

No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 70% dos alimentos que chegam às casas brasileiras, como feijão, arroz, milho, leite, batata, mandioca, vêm de produções familiares.

Além de fortalecer a economia local, a agricultura familiar garante maior estabilidade no abastecimento de alimentos, especialmente em tempos de crises globais ou flutuações no mercado nacional e internacional.

A agricultura familiar não só assegura a produção e distribuição de alimentos para as populações locais, mas também contribui para a redução dos preços. Com o aumento da produção e a diversificação dos pontos de venda, a oferta de alimentos se expande, o que ajuda a atender à demanda de forma mais eficiente e manter os preços acessíveis.

Assim, a agricultura familiar fomenta a segurança alimentar e combate à fome no Brasil há anos. Veja as taxas de produções vindas da agricultura familiar, segundo o Censo Agropecuário:

Economia e Geração de Emprego

A agricultura familiar é um pilar importante da economia brasileira. Ela contribui significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) agrícola e desempenha um papel essencial na dinamização das economias regionais. 

O agronegócio representa 21,1% do PIB do Brasil, com a agricultura familiar contribuindo com cerca de 5% desse total, segundo o ex-secretário Nacional da Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke.

A partir dos dados do Censo Agropecuário, 84,4% do total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros pertencem a grupos familiares. São aproximadamente 4,4 milhões de estabelecimentos, sendo que a metade deles está na Região Nordeste.

De acordo com o estudo, ela constitui a base econômica de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes; e absorve 40% da população economicamente ativa do país.

A agricultura familiar é uma das principais fontes de emprego e renda no meio rural, especialmente quando comparada às grandes propriedades agrícolas que utilizam tecnologias avançadas. 

Enquanto os grandes produtores empregam máquinas e tecnologias de ponta para maximizar a produção com menos mão de obra, as pequenas propriedades familiares dependem essencialmente do trabalho manual, o que gera um número significativo de empregos diretos e indiretos.

A importância das propriedades rurais

A sustentabilidade econômica das pequenas propriedades rurais é vital para a manutenção da agricultura familiar. A diversificação das atividades agrícolas, a comercialização direta e o acesso a diferentes mercados são estratégias que ajudam a garantir a viabilidade econômica dessas propriedades.

Segundo a AS-PTA agricultura familiar facilita o acesso a mercados locais e regionais, promovendo o desenvolvimento econômico das comunidades e melhorando a disponibilidade de alimentos frescos e saudáveis para a população urbana e rural, incluindo a merenda escolar. 

Cooperativas e associações de produtores também desempenham um papel essencial  na agricultura familiar no Brasil. Elas facilitam o acesso a mercados, permitindo que pequenos produtores vendam seus produtos em maior escala e obtenham melhores preços. 

A compra coletiva de insumos reduz custos de produção e o compartilhamento de recursos diminui os custos operacionais. Além disso, essas organizações facilitam o acesso a crédito e financiamento, proporcionando maior segurança financeira aos pequenos agricultores.

Sustentabilidade, preservação ambiental e conservação da biodiversidade

Lei 11.326 de julho de 2006 define diretrizes para a Política Nacional da Agricultura Familiar e empreendimentos familiares rurais.  Além de reconhecer a importância da agricultura familiar para o desenvolvimento rural sustentável e para a segurança alimentar e nutricional do país, estabelece princípios e objetivos que orientam as políticas públicas voltadas a esse setor.

Técnicas como a rotação e integração de culturas, o uso de adubos orgânicos, a implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) e a integração da economia da floresta em pé são exemplos de boas práticas baseadas nessas diretrizes, isso porque usam menos água, gastam menos combustível, melhoram a saúde do solo e a produtividade das colheitas e ajudam a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. 

Cabe ainda destacar que a agricultura familiar é peça fundamental para a conservação da biodiversidade, uma vez que promove a manutenção de variedades tradicionais de plantas e animais adaptadas às condições locais, garantindo a continuidade das atividades agrícolas para as futuras gerações.

Diversidade cultural e social na agricultura familiar

A agricultura familiar é um baluarte da diversidade cultural no campo. As práticas agrícolas tradicionais, os conhecimentos ancestrais e culturais são mantidos graças aos agricultores familiares. Essa valorização das culturas e tradições locais enriquece a identidade cultural do Brasil e fortalece o sentido de comunidade.

Inclusão social e empoderamento de comunidades

A agricultura familiar é uma importante via de inclusão social e empoderamento de grupos tidos como minoritários, como mulheres, jovens, negros e comunidades tradicionais. 

Muitas mulheres, por exemplo, encontram na agricultura familiar uma espaço para exercer liderança e gerir propriedades. De acordo com a FAO, as mulheres representam cerca de 43% da força de trabalho agrícola nos países em desenvolvimento. Ao assumirem papéis de gestão e adotarem práticas agrícolas sustentáveis, essas mulheres contribuem significativamente para a segurança alimentar, a geração de renda e a promoção da igualdade de gênero nas áreas rurais.

As comunidades quilombolas e os outros povos tradicionais, por sua vez, também transmitem seus conhecimentos, conservam a biodiversidade, fazem o manejo sustentável dos recursos naturais, protegem o meio ambiente e fortalecem sua identidade cultural.

Para concluir, a agricultura familiar é um pilar indispensável para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Tem um papel essencial na segurança alimentar, preservação ambiental, na riqueza cultural, na economia e na geração de emprego. 

Reconhecer e valorizar a contribuição dos agricultores familiares é imperativo para alcançar um progresso equitativo e sustentável, já que muitos alimentos que chegam à nossa mesa têm a marca do empenho e dedicação desses agricultores!

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